Governante sobre OE2012: "Precisamos de muita sorte"

O secretário de Estado do Orçamento disse esta tarde, no Porto, que "as medidas no Orçamento do Estado (OE) para 2012 são suficientes" para atingir o défice de 4,5 por cento, mas sublinhou que, "evidentemente, precisamos de muita sorte".
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Luís Morais Sarmento referiu "haver muitos riscos macroeconómicos, que não temos capacidade de influenciar ou dominar, porque é completamente exógeno" ao Governo e a Portugal.

O governante comentou assim a previsão da The Economist Intelligence Unit, a unidade de estudos da revista britânica The Economist, segundo a qual Portugal precisará de mais ajuda financeira nos próximos anos, o que implicará ainda mais austeridade e também uma subida dos impostos, diz o relatório, citado no Diário Económico de hoje.

Morais Sarmento deu a sua opinião durante o debate sobre OE de 2012 que a consultora Deloitte realizou hoje e terça-feira, na Fundação de Serralves.

"O que temos de fazer bem é o nosso trabalho de casa, mas se as coisas correrem menos bem teremos de ver que medidas adicionais serão necessárias" para alcançar os 4,5 de défice no próximo ano, defendeu o secretário de Estado, que não prestou declarações à comunicação social e regressou logo a Lisboa após a sua intervenção no debate.

Seja como for, Luís Morais Sarmento repetiu que "o Governo comprometeu-se a tudo fazer" para atingir esse défice, "o que poderá implicar medidas adicionais".

O orçamento baseia-se num cenário macroeconómico "muito realista, mas há muita incerteza", insistiu.

A propósito de uma questão sobre o fim dos "incentivos fiscais à interioridade", o secretário de Estado defendeu também que o "processo de ajustamento" definido pelo Governo "será muito exigente", tanto que "obrigará também a um processo de ajustamento cultural, porque não podemos voltar para trás".

"Não me parece que podemos retomar a situação anterior", por exemplo, em sectores como a Saúde.

Na sua intervenção sobre o OE para 2012, Luís Morais Sarmento disse estarem previstas "medidas de consolidação de 5,3 por cento, um esforço a que nunca no passado o pais teve de se sujeitar".

O governante falou também dos "desafios imediatos" que o orçamento comporta, ente os quais avulta "a fragmentação da informação orçamental".

"Há, de facto, 600 orçamentos" na administração central, "o que significa que há cerca de 600 executores orçamentais", afirmou.

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